Participação em Congresso: Parte 6
No período de 1 a 3 setembro de 2015, na Universidade Federal de São Carlos, foi realizada a 4ª edição do Colóquio Internacional de Análise do Discurso com o tema A produção dos consensos e a conquista das resistências.
O coordenador do Laboratório de Leitura e Produção Textual (LPT/CTF) e membro do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Análise do Discurso (NEPAD), Prof. Dr. Ribamar Jr, participou do evento apresentando o trabalho “O discurso da inclusão e o papel do educador especializado na escola regular”. A sessão contou com a presença do coordenador do NEPAD, Prof. Dr. João Benvindo e e do Prof. Me. Raimundo Isídio (Uespi).

Prof. Dr. Ribamar Júnior (à esquerda), Prof. Me. Raimundo Isídio (centro) e Prof. Dr. João Benvindo (coordenador do NEPAD)
Resumo do trabalho apresentado:
A proposta da educação inclusiva prevê a ação docente como principal recurso para que a criança e o jovem com deficiência sejam incluídos na rede regular. O próprio termo inclusão remete à ideia da transformação da escola como ambiente suficiente para que o alunado com deficiência possa dele também participar, mas na condição de novo, de diferente. Nesse sentido, por apresentar-se como proposta altamente centrada na atuação docente, a inclusão tem sido sentida diferentemente por professores/as, que ora a temem, ora se encantam. Essas mudanças se deram em consonância com as orientações estabelecidas na Conferência Educação para Todos, em Jomtien (1990) e na Declaração de Salamanca (1994), que preconizavam, entre outras questões, a ampliação da Educação Especial nos países em desenvolvimento. Contudo, tais processos repercutiram no modelo educacional da escola regular comum, desarticularam a rede de atendimento ofertado até então por associações e instituições não-governamentais, e desencadearam processos identitários em professores/as, dentro do modelo inclusivo. Nesse sentido, objetivamos investigar os discursos e as práticas de letramento no contexto da Educação Especial, face às essas mudanças na política educacional brasileira. A investigação foi ancorada na Análise de Discurso Crítica (FAIRCLOUGH, 2003; CHOULIARAKI & FAIRCLOUGH, 1999) e nos Novos Estudos do Letramento (BARTON, 2007; BARTON & HAMILTON, 1998 e BARTON & PAPEN, 2010). A pesquisa foi realizada em cinco cidades brasileiras – Brasília, Fortaleza, Goiânia, Floriano e Teresina, no período de 2007 a 2014. O corpus é formado por transcrições de entrevistas e observações etnográficas realizadas com 25 profissionais. Os resultados demonstram a fragilidade da proposta de inclusão brasileira, celebrada por meio de discursos que evocam igualdade, justiça, cidadania, direito e autonomia, não concretizados da forma como são veiculados. Os resultados também apontam para uma prática educacional que consolida um ambiente de desvalorização da docência, por meio da privação de meios, recursos, acanhamento das políticas intersetoriais de apoio às famílias, em parte decorrente da política de formação docente para a educação inclusiva que vem influindo para uma prática escolarizada pouco eficiente e emancipatória, visto que as concepções ainda estão dicotomizadas em relação ao aluno regular e ao aluno deficiente. Por outro lado, novos discursos emergem no contexto escolar (Discursos da inclusão, dos Direitos Humanos, da Saúde e da Família tradicional) que favorecem o convívio entre crianças e jovens da Educação Especial e Educação Regular, bem como a integração social de pessoas com deficiência em diferentes ambientes.
Posted on 28/09/2015, in Sem categoria. Bookmark the permalink. 1 Comentário.
Professor Ribamar, parabéns !